O Beijo de Deus Da tua boca provém Toda poesia, Ela flui de ti para Mim, Que ébrio pela tua saliva Narro, entre chuviscos de cuspes, a tua suprema mágica, a de beijando-me, jamais me tocares. Oh, tu! Divindade nefasta! Que fecha para mim O teu único olho! Deixando-me em treva Íntima e verdadeira. Obrigando-me a guiar-me Pelo teu ósculo sorumbático. Estranha a minha sina, A de chover sobre os homens Restos de tua e minha saliva, Ao mesmo tempo sem saber Por onde ir. Se ainda tu fosses perfume, Se fosses luz, ruídos, Qualquer coisa que Uma direção indicasse... Mas, és boca, de doce saliva amarga, Que me inunda, inebria, E que com chuviscos de cuspes respinga sobre os homens. Que seres felizes, que não têm que tomar dos teus lábios a seiva que mantém vivo, que seres felizes... contentam-se com cuspes chuviscados... e a mim... a mim resta o beijo.... uma troca estranha que nunca se completa, porque tu não me tocas. Plenitude Se me perguntam por que uma árvore nasce... Eu não sei porque.