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Mostrando postagens de outubro, 2009

Anti-Pequeno Príncipe V

“(...) - O planeta seguinte era habitado por um bêbado. Esta visita foi muito curta, mas deixou o principezinho mergulhado numa pronfunda tristesa. - Que fazes aí? - Perguntou ele ao bêbado, que se encontrava acomodado diante de inúmeras garrafas vazias e diversas garrafas cheias. - Eu bebo - respondeu o bêbado, com ar triste. Por que é que bebes? - perguntou-lhe o pequeno príncipe. - Para esquecer - respondeu o beberrão. - Esquecer o quê? - indagou o principezinho, que já começava a sentir pena dele. - Esquecer que eu tenho vergonha - confessou o bêbado, baixando a cabeça. - Vergonha de quê? - perguntou o princípe, que desejava socorrê-lo. - Vergonha de beber! - concluiu o beberrão, encerrando-se definitivamente no seu silêncio. E o pequeno príncipe foi-se embora, perplexo. " As pessoas grandes são decididamente estranhas, muito estranhas", dizia para si mesmo durante a viagem.” Essa de tão séria coloquei a citação inteira. Isso não é metáfora. É discriminação. Nada contra q

Anti-Pequeno Príncipe IV

“Foi o tempo que perdeste com tua rosa, que fez da tua rosa tão importante”. Mas não se esqueça, o tempo da rosa é diferente do teu. Ela morre mais rápido. Além disso, ela era totalmente importante desde o primeiro momento, por isso você decidiu gastar seu tempo com ela. O passar do tempo a fez se tornar mais intima, fez você conhecê-la melhor... mas, por alguma razão estranha, toda importância que ela iria ter, já estava ali, no primeiro olhar. Então assuma as perdas e as suas escolhas, justificá-las não lhe fará nenhum bem quando o tempo da flor se realizar completamente. A disseminação da metafórica estória do Pequeno Príncipe é como uma montanha de chocolate trufado cheio de marshmellow que não tem fim. Atiça a gula, faz bem, equilibra o sistema nervoso, mas engorda demais criando ociosos emocionais. E assim como uma montanha de doce ao ar livre, atrai moscas e parasitas de toda espécie. Ou a vida tem encanto em si ou não tem. Uma metáfora tem muito valor, desde que se

Anti-Pequeno Príncipe IV

“Tu és eternamente responsável pelo que cativas...” Esta é uma boa frase se você gosta de se achar importante e ter alguém que dependa de você. Mas a palavra “cativas” já tem em si um monte de grilhões. Prender alguém a si, tirar seu desejo por liberdade, insinuar que sem ela você não vive e vice-versa... parece bem longe do amor verdadeiro. Se você dá de graça do que tem, nada deve voltar para você. E não existe maior amor que este. Senão você é apenas um esfomeado que deseja alimento o tempo todo e mantêm a vitima perto de si com lisonjas estúpidas. Os dois cheios de grilhões, imóveis para sempre... Agora sei que depois que o Pequeno Príncipe voltou para seu planeteco, após a viagem inicial, ele nunca mais saiu. Cuidou da flor, até ver ela morrer... por que afinal as flores morrem...depois ficou fazendo poemas pra ela e arrancando Baobás... e revolvendo seus vulcões... vidinha besta quando se pode pegar carona nos pássaros e viajar pelo universo não é?!

Anti-Pqueno Príncipe III

“O que torna o deserto belo, diz o principezinho, é que ele esconde um poço em algum lugar.” Ou você gosta do deserto ou não gosta. Ele é belo se o achar belo. Ele não precisa de ter poço para ser encantador. Se você está com sede e olha cheio de esperança para um deserto, você está louco. Procure o caminho mais próximo e saia dele. Se você ama o deserto, aprenda a lidar com ele, ou leve uma boa provisão de água. Agora, se você for autodestrutivo, vai fundo, fique imaginando que um deserto que esconde um poço é um charme... cedo ou tarde você morre de sede.

Anti-Pequeno Príncipe II

“Disse a flor para o pequeno príncipe: é preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.” Tendo em vista as lagartas, posso dizer que as borboletas são superestimadas. As primeiras te comem vivo, as segundas tratam de voar rapidinho depois que saem do casulo. Belas de longe, feias de perto. Do ponto de vista da flor... melhor um saquinho na cabeça e inseticida pras lagartas. Quem ama o feio, belo lhe parece, mas continua sendo feio, e ser enganado por uma percepção ruim de estética, não me parece um bom registro de felicidade. Se importa ser feliz, é sem desculpas. Sem subterfúgios para uma vida desgraçada, sem enfeites notoriamente enfeites. Se a vida como é não te basta, não crie fantasias em torno dela, e nem as dissemine para os outros, passe a apreciá-la como é. Não suporte as lagartas por causa das borboletas, ame-as, conheça o seu valor. Uma lagarta é uma lagarta, e nem todas viram borboletas. Se uma vai te comer, saiba disso.

Anti-Pequeno Príncipe

“Se tu vens as quatro Desde as três eu sou feliz...” E se as quatro tu não chegas... Continuo feliz a te esperar até as cinco... Mas se tu não vens... Ansioso te espero até as seis... As seis e meia já estou triste, te esperando ainda As sete, arranco os cabelos e me pergunto: o que é que há? Tá pensando o que? As oito, jogado no chão, já sou desespero... As nove, quando tu chegas enfim... já não quero mais te ver. Não há expectativa de felicidade que o desprezo não destrua.