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Mostrando postagens de abril, 2012

Sobre o objeto "Livro"

Não sou um saudosista, e sempre fui dos que saudaram a literatura virtual e digital, no entanto, jamais fui pelo fim do objeto livro. Quem lê sabe que há muita coisa boa e interessante neste amigo que nos acompanha ao longo dos anos. Quem nunca cheirou um livro? Quem nunca apertou contra o peito aquele livro de poesia que nos enchia de sentimentos novos ou que traduzia à perfeição aquilo que não diríamos a nós mesmos por falta de força na expressão? Sou muito tátil e muito sensorial, então, ainda me lembro do cheiro dos gibis dos anos setenta, cheiro ácido e áspero, e também do catálogo da Avon, cujo cheirinho fazia a minha delícia infantil. Ainda bem que os livros melhoraram de qualidade e há muitos hoje que cheiram catálogo da Avon, rs. Mas quem não sabe o que é o delicioso cheirinho de um livro antigo? Aquele de onde a acidez da tinta nova já desnaturou e sobrou apenas um delicado perfume adocicado? É, o livro tem muito mais coisas do que informação... Agora tentem cheirar um

Mártir ou herói?

"Se um dia te elegerem mártir, recusa. Se te elegerem herói recuse mais rápido ainda. Ninguém é mártir ou herói por que lhe impuseram. Ambos são resultado de caminhos escolhidos. Pelo que se sabe, ambos são ruins, o primeiro destrói o corpo de alguém importante: você; o segundo, destrói o espírito."

Presentes

"A vida sempre nos dá presentes; aprenda a aceitá-los. Aprenda também a aceitar os presentes mais adequados ao seu caminho. O que não lhe interessar, apenas deixe, interessará a alguém. Nesta condição estão as cargas que lhe impõem e que não lhe pertencem. Seja educado, o dono delas aparecerá cedo ou tarde, não se perturbe."

Rumos

"Não se perturbe com perguntas como: quem sou? De onde venho? E, para onde vou? O certo é que você é, não obstante a sua origem - ela se perdeu. Você já está e isso é o que importa. Para onde vai? A pergunta é inócua, à sua volta já estão os caminhos. Todos são corretos quando trilhados por um coração correto. De que adianta dizer que irá para o céu? Que depois das montanhas existe um inferno, um paraíso? Importante é mudar as perguntas: Sou! Como sou? Estou! Onde e como estou? Com que atitude desejo trilhar os caminhos? Responda essas perguntas. Ao contrário das outras, elas têm resposta."

Relações autoritárias - Parte I

Há muitos anos atrás, quando eu era um estudante de História, ouvi dizer que o Brasil era um país autoritário, que o brasileiro era um povo muito autoritário, e que isso se devia à nossa triste tradição escravocrata. Naquela época, fui contra, pois para todos os lados que eu olhava não via nada disso. O “brasileiro” - este conceito estranho que envolve milhões de pessoas num país de dimensões continentais, parece-me mais do que um atributo de identidade nacional um artifício de linguagem para dizer “nós”-, parecia-me tudo, menos autoritário. Fui criado com as idéias de que “nós” somos cordiais, afáveis, gentis, alegres, festivos, sorridentes, persistentes, fortes e batalhadores. Alguma coisa disso devemos ser... Então, onde é que estava o tal do autoritarismo? Provavelmente nos primeiros quatrocentos anos de História do Brasil. Porém, quatrocentos anos são quatrocentos anos. Uma pequena população aprendeu a ser donos e donas de escravos. Escravos aprenderam a serem escravos (e também